No comunicado aos países-membros, a organização pede que eles 
estabeleçam capacidade de diagnóstico da doença e que se preparem para 
um aumento no número de casos reforçando o atendimento pré-natal e 
neurológico.
 O comunicado da organização reconheceu pela primeira vez oficialmente a
 relação entre o zika e os casos de microcefalia ao mencionar o estudo 
brasileiro do Instituto Evandro Chagas, que revelou a presença do vírus 
em um bebê microcéfalo.
 "Há definitivamente uma conexão", afirmou à BBC Brasil em entrevista 
telefônica o especialista da organização, Dr. Marcos Espinal, diretor do
 departamento de doenças comunicáveis da Organização Pan-Americana de 
Saúde.
 O documento divulgou mapas comparativos de 2014 e 2015, que corroboram a
 explosão de casos de microcefalia no Nordeste, onde os casos se 
multiplicaram 20 vezes.
 "Há uma conexão entre as duas coisas, mas causalidade é uma outra 
história. Não podemos dizer 100% que é só o zika vírus a causa da 
microcefalia, ela pode ser atribuída a diversas questões. Há uma conexão
 porque há um evidente aumento nos casos de microcefalia no Brasil ao 
mesmo tempo em que há um surto de zika no país."
Segundo a OMS, somente neste ano foram confirmados casos de zika em nove países das Américas. Brasil, Chile - na ilha de Páscoa -, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela.
 O primeiro caso na Colômbia foi registrado em outubro, no Estado de 
Bolívar. Desde então já foi constatada a presença do Zika em 26 das 36 
unidades territoriais.
 Em novembro foram observados os primeiros casos em El Salvador, Guatemala, Mexico, Paraguai, Suriname e Venezuela.
 "Quão grande é o problema? Bem, nas Américas nove países confirmaram a circulação do vírus", destacou o especialista.
 Apesar de considerar a situação alarmante, Espinal ressaltou que a 
dimensão exata da epidemia ainda é uma incógnita: "Não sabemos ainda a 
real seriedade do risco", reconheceu.
 "Como a doença tem sintomas suaves, muitos casos não são 
diagnosticados. Pode ser que tenhamos centenas de milhares de casos de 
zika e o número de casos de microcefalia seja eventualmente baixo", 
ponderou.
O documento da OMS não faz menção ao uso do controle de natalidade como modo de evitar os casos de microcefalia. A organização recomenda no entanto que grávidas evitem o contato com o mosquito transmissor.
 O especialista ressaltou ainda que as mulheres não deveriam deixar de engravidar, mas sim fazerem um escolha consciente.
 "Eu não daria o conselho de que todas as mulheres devem evitar a gravidez. É uma decisão delas".
 "Há um risco, mas ainda não sabemos. Não sabemos se o risco de o vírus vir a atravessar a placenta é alto ou baixo".
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