A Fiocruz de Pernambuco comprovou em pacientes brasileiros a relação 
entre zika vírus e a Síndrome Guilliam-Barré (SGB), uma doença autoimune
 rara que também apresentou aumento atípico nos últimos meses nos 
Estados do Nordeste. O achado aumenta o sinal de alerta em torno da 
infecção pelo zika, principal suspeita da epidemia de microcefalia 
identificada no País. O vírus, que chegou no Brasil este ano, está 
presente em 18 Estados, incluindo São Paulo e Rio.
"A ligação da síndrome com o vírus é inequívoca", avaliou o 
pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e responsável
 pela identificação da chegada do zika vírus no Brasil, Kleber Luz. 
Questionado, o Ministério da Saúde disse que o assunto está sob 
investigação.
Os resultados foram obtidos em trabalho feito pela pesquisadora Lúcia
 Brito, chefe do serviço de neurologia do Hospital da Restauração, de 
Pernambuco. A análise identificou a presença do zika no líquido espinal e
 no sangue de sete pacientes que apresentaram a SGB. As suspeitas sobre a
 relação entre a infecção pelo zika e a síndrome surgiram na Polinésia, 
quando pesquisadores identificaram um aumento do número de SGB logo 
depois de uma epidemia da doença.
"A infecção pelo zika, por si só, pode ser branda. Mas ela tem 
potencial de provocar sérios problemas, tanto para fetos quanto para 
adultos", avaliou o pesquisador da Fiocruz e coordenador da análise que 
comprovou a presença do zika nos pacientes com SGB de Pernambuco, Carlos
 Brito.
O número de casos de SGB cresceu de forma expressiva no Nordeste do 
País entre abril e junho, pouco depois que os Estados apresentaram a 
epidemia de zika. No Rio Grande do Norte, foram 24 casos de SGB - quatro
 vezes mais do que a média histórica. Em Pernambuco, foram encontrados 
130 casos, também um aumento expressivo diante dos indicadores 
tradicionais. A notificação aumentou ainda no Maranhão e Paraíba, com 14
 e seis casos, respectivamente.
Especialistas discutem agora com governo estratégias para tentar 
acompanhar o impacto da zika e as relações com SGB. Entre as propostas 
está criar um grupo para identificar, o mais rapidamente possível, 
primeiros sinais da SGB e encaminhar pacientes para tratamento. A ideia é
 também organizar um comitê de estudo para avaliar qual a evolução da 
SGB.
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Do Estadão Conteúdo 
 
 
 
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