O Ministério da Saúde está estudando mudar o protocolo de atendimento a
bebês que nascem com possíveis danos provocados pelo vírus da zika. A
mudança foi motivada pelo estudo publicado nesta quarta-feira (29) na
revista "The Lancet", que concluiu que 20% dos bebês que nascem com problemas relacionados à zika têm cabeça de tamanho normal.
Isso significa que somente o fato de ter um crânio menor, o que
caracteriza a microcefalia, e um histórico de vermelhidão na pele
durante a gestação não são suficientes para detectar quais bebês foram
de fato afetados pelo vírus da zika.
Hoje, bebês com perímetro cefálico menor do que 32 cm são enquadrados
como casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus da zika. Mas
isso pode mudar, de acordo com nota divulgada pelo Ministério da Saúde
nesta quarta-feira.
Levando em conta os resultados do estudo -- que foi encomendado pelo
próprio ministério -- o Brasil pode incluir outros sintomas e alterações
neurológicas como critérios para triagem dos bebês, independentemente
da presença de microcefalia.
“Estamos adequando nossos protocolos a esses achados para ampliar as
investigações e melhorar nosso sistema de vigilância. Neste momento, o
Brasil e o mundo já acumularam mais conhecimentos sobre a doença e
podemos, com esse aprendizado, aprimorar o monitoramento das
consequências da infecção congênita pelo vírus zika”, afirmou o
coordenador-geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde
Pública do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, segundo nota
divulgada pela pasta.
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