quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Fiocruz comprova relação entre zika e doença rara

A Fiocruz de Pernambuco comprovou em pacientes brasileiros a relação entre zika vírus e a Síndrome Guilliam-Barré (SGB), uma doença autoimune rara que também apresentou aumento atípico nos últimos meses nos Estados do Nordeste. O achado aumenta o sinal de alerta em torno da infecção pelo zika, principal suspeita da epidemia de microcefalia identificada no País. O vírus, que chegou no Brasil este ano, está presente em 18 Estados, incluindo São Paulo e Rio.

"A ligação da síndrome com o vírus é inequívoca", avaliou o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e responsável pela identificação da chegada do zika vírus no Brasil, Kleber Luz. Questionado, o Ministério da Saúde disse que o assunto está sob investigação.

Os resultados foram obtidos em trabalho feito pela pesquisadora Lúcia Brito, chefe do serviço de neurologia do Hospital da Restauração, de Pernambuco. A análise identificou a presença do zika no líquido espinal e no sangue de sete pacientes que apresentaram a SGB. As suspeitas sobre a relação entre a infecção pelo zika e a síndrome surgiram na Polinésia, quando pesquisadores identificaram um aumento do número de SGB logo depois de uma epidemia da doença.

"A infecção pelo zika, por si só, pode ser branda. Mas ela tem potencial de provocar sérios problemas, tanto para fetos quanto para adultos", avaliou o pesquisador da Fiocruz e coordenador da análise que comprovou a presença do zika nos pacientes com SGB de Pernambuco, Carlos Brito.
O número de casos de SGB cresceu de forma expressiva no Nordeste do País entre abril e junho, pouco depois que os Estados apresentaram a epidemia de zika. No Rio Grande do Norte, foram 24 casos de SGB - quatro vezes mais do que a média histórica. Em Pernambuco, foram encontrados 130 casos, também um aumento expressivo diante dos indicadores tradicionais. A notificação aumentou ainda no Maranhão e Paraíba, com 14 e seis casos, respectivamente.

Especialistas discutem agora com governo estratégias para tentar acompanhar o impacto da zika e as relações com SGB. Entre as propostas está criar um grupo para identificar, o mais rapidamente possível, primeiros sinais da SGB e encaminhar pacientes para tratamento. A ideia é também organizar um comitê de estudo para avaliar qual a evolução da SGB.

LEIA MAIS NO SITE: JC.NE10.COM.BR
Do Estadão Conteúdo

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Fiocruz amplia projeto com mosquitos da dengue modificados em laboratório

Após um ano de testes com mosquitos da dengue modificados em laboratório, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ampliou a área de atuação do projeto no Rio de Janeiro. O bairro de Jurujuba, em Niterói, região metropolitana, tem recebido desde agosto milhares de ovos do Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, encontrada no meio ambiente e capaz de impedir a transmissão da dengue pelo mosquito. A experiência faz parte do projeto 'Eliminar a Dengue: Desafio Brasil', que começou há cerca de um ano no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Neste bairro moram 3 mil pessoas. Conforme o projeto, foram liberados, durante quatro meses, aproximadamente 10  mil mosquitos modificados com a bactéria.
Com base na experiência na Ilha do Governador, os cientistas adotaram nova metodologia em Jurujuba, onde vivem cerca de 2 mil pessoas. Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e coordenador do projeto no Brasil, explicou que, em Jurujuba, ovos do mosquito com a bactéria foram liberados em pequenos baldes. A experiência ocorreu em 80 residências que aceitaram colaborar com a iniciativa.
“É um método mais simples e mais barato e, em termos de logística, podemos facilitar bastante o processo de soltar o mosquito com Wolbachia. Esta metodologia pode ser utilizada no futuro em outras áreas do Brasil”, disse ele ao destacar que os resultados são promissores. Cerca de metade da população dos mosquitos em Jurujuba já está infectada com a bactéria. “Como a Wolbachia é transmitida pela mãe aos filhotes, não há necessidade de liberação permanente de Aedes aegypti com Wolbachia, então esperamos chegar a 100% dos mosquitos com a bactéria”.

Bem vindo ao nosso blog!

Nosso objetivo é que você esclareça todas as suas dúvidas sobre a dengue. Esperamos também a sua colaboração na luta contra o mosquito.