Nos Estados Unidos, a Universidade
de Yale constata que o Aedes aegypti já se espalha pelo mundo. Na Suíça,
a Organização Mundial da Saúde (OMS) garante o avanço dos casos de
microcefalia. E, no Brasil, o Ministério da Saúde diz que 855 cidades
podem ter surto de doenças transmitidas pelo mosquito de apenas cinco
milímetros. Não bastassem os alertas emitidos nos últimos dias contra
dengue, chikungunya e zika, mais uma preocupação ronda a população.
Bebês infectados pelo vírus da zika durante a gestação podem nascer sem microcefalia, mas desenvolver a síndrome anos mais tarde. O estudo feito pelos Centros de Controle de Doenças Americano (CDC), com a colaboração de pesquisadores brasileiros, atesta o perigo. Foram investigadas 13 crianças de Pernambuco e do Ceará que nasceram com a infecção congênita do zika, mas sem redução do crânio.
Aos cinco meses, os bebês apresentavam um crescimento lento da
cabeça. Onze desenvolveram microcefalia. Todos tinham complicações como
diminuição do tamanho do cérebro e outras mal-formações. Há tempos os
cientistas já notaram que existe uma facilidade de o vírus da zika
atacar o tecido nervoso.
O problema, porém, ficou maior agora, quando médicos e cientistas
observam que o nascimento não significa necessariamente o fim da maré de
azar. E isso pode sinalizar problemas na atenção à saúde de gestantes e
mães que tiveram zika e de seus filhos.Para Maurício Nogueira, virologista e professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, falta atenção aos filhos inicialmente “normais” de mães que tiveram zika.
Ele é responsável por uma pesquisa que acompanha gestantes na região. O estudo detectou casos de infecção no último mês de gravidez que resultaram em danos cerebrais nos bebês em cerca de um terço das pacientes.
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